sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

(numa foto de patrícia nana tenta 'pacientemente' fazer marina dormir )

O CHORAR DE MARINA

Marina quando ‘pequeniníssima’, ficou famosa nas redondezas de casa pela força do seu chorar. Chorava com vontade de se instalar numa companhia de ópera de nível internacional. Todo mundo já conhecia seu choro, inclusive as catengas de um muro em frente à casa. Um dia, por coincidência, ela deu uma chorada repentina e uns calangos desavisados correram atabalhoados cada um pro lado que desse...


CHORAR DE MARINA

Quando chora,
Marina contorce à face
Um rugido de leão.
Lembro um pintinho
Em seu beicinho que parece
Polvilhado de limão

Quando chora,
Marina ganha o mundo sem sair daqui:
Lembro o canto solitário da jubarte
E algazarras coletivas de sagüis...

A imitar cabritinhos, papagaios,
Mergulhos de colibris,
Cambaxirras, cabriolas, piruetas de sacis,
Seu choro azoa a vizinhança,
Dispersa o revoar dos pombos,
Dispara a correria dos calangos,
Desaninha o repousar da juriti...

Desperta a fogo pagô
Os gritos do gaturamo,
Saíras, canarinhos e tucanos...
Completa a festa a gritaria de araras
Imitadas por seu pranto
De fome, dengo ou de sono

Ando, canto,
Enlaço um acalanto
Para lá e para cá
Tendo no colo um filhote
De gato maracajá

Arranha meu  peito,
Morde meu braço,
Baba todo meu abraço
E num leve descompasso
Ao leito ajeito seu cansaço
E somos dois a dormir...

Um comentário:

  1. Passei apenas uma semana em Maceió no carnaval de 2009 (época da foto), mas tive mostras o suficiente do poder d'O CHORO DE MARINA. Inclusive já estava aprendendo algumas artimanhas infalíveis, como balançá-la no carrinho para frente e para trás em ritmo frenético. =)

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