terça-feira, 18 de janeiro de 2011


Nossa espera de um pelo outro terminou um ano depois, quando voltei de uma curta passagem por Aracaju e marcamos de nos encontrar no mesmo bar.
Situado quase dentro da lagoa, quase uma palafita, local agradabilíssimo, não podia ser melhor para tornar-se um ponto de partida...
Conversávamos, quando, na altura dos seus olhos uma canoa ao longe deslizou. Vi a cena e pensei o poema. Em casa o escrevi, mas no nosso próximo encontro fiquei com vergonha de lhe mostrar. Acho que o fiz da melhor maneira: encontramos com um casal amigo nosso e, ao violão, de vez em quando olhando para ela, cantei o tal poema. No final – aplausos -  eu disse a todos que aquela canção era dela... Foi um tiiiro!!

DESLIZAR DE CANOA


Uma canoa deslizou...
Entre os teus olhos flutuou,
Na tua face passeou,
Pelo teu dorso assanhou
Os teus cabelos aportou,
Na tua boca desenhou o teu sorriso
E beijou a minha mão.

Uma canoa deslizou
Entre os teus seios flutuou
Na tua pele se aninhou
No teu abraço navegou
Entre os meus braços fundeou
Sobre o teu ventre, na tua respiração,
Para aportar teu coração.

Nessa canoa
Embarco peregrino.
Aventureiro menino
Sigo teu foco,
Colho-te portos,
Nos mares do destino.

Nessa canoa
Acolho-me teu menino.
Velas abertas,
Sigo teu sopro,
Traço meu rumo
Colado ao teu destino.

Nenhum comentário:

Postar um comentário