domingo, 5 de fevereiro de 2012

Ouvindo plantas


"Ora (direis) ouvir estrelas!
CertoPerdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto ...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."
Fonte: www.jornaldepoesia.jor.br

Olavo Bilac
Fonte: www.jornaldepoesia.jor.br




SÁBADO ACORDO CEDO E VOU CUIDAR DAS PLANTAS... 

PUXO TERRA PRA LÁ, PUXO TERRA PRA CÁ, MUDO PLANTA DE CAQUEIRA, CORTO FOLHAS SECAS..

EU TINHA COLOCADO MINHA RENDA PORTUGUESA PARA TOMAR UM LEVE SOL  DAS SEIS HORAS,NUMA NESGA DE LUZ QUE ILUMINA O CHÃO DA SALA.  A RENDA PORTUGUESA GOSTA DE SOMBRA!

MARINA CHEGOU, SENTOU NO SOFÁ  E DISSE:
- PAPAI, A PANTA QUER SAIR DO SOL!
- QUE PANTA, MAÍNA?
- EEEESSA!!!  - APONTANDO PRA RENDA... ELA QUER SAIR DO SOL!

COMO VOCÊ SABE? ELA FALOU COM VOCÊ??
- NÃO, PAPAI. COMIGO NÃO! ELA FALOU COM VOCÊ!!

MARINA OUVE PLANTAS!

Um comentário:

  1. Por mais que a gente tente achar explicação pra maioria das coisas que nos ocorrem ao longo da vida, devemos aceitar que algumas simplesmente não são regidas por lógica, causa e efeito, né? (eu acho que essas são as mais encantadoras). Marina pode ter aprendido - ao lhe observar - que plantas também são seres que merecem cuidado e não podem ser esquecidas no sol, pode ter desenvolvido esse cuidado sozinha, numa relação de amizade que ela vem construindo por conviver com plantas em casa, ou mesmo pode ouvir plantas. Quem somos nós para explicar o inexplicável?

    Lembrei de uma Yasmin, com 3 ou 4 anos de idade, que conhecí cerca de 7 anos atrás. Eu via televisão com ela na sala, quando escutei seus passinhos em direção a cozinha. Fui atrás e encontrei-a, de ponta de pé, pendurando-se no balcão para cortar um pedaço de bolo. Questionei: Mocinha, você não sabe que é pequena pra pra pegar as coisas sozinha? Quem foi que deixou você fazer isso? E ela, com aquela vozinha fina caracteristica da idade, respondeu: Foi papai do céu!! Eu, já caindo na ironia, perguntei outra vez: Foi mesmo? E como você perguntou a ele? No que ela prontamente respondeu: Pode pegar bolo papai do céu? E ele falou: Poooode, Yasmiiiiiin! (Imitando a voz grossa de alguém com autoridade). Se ele realmente autorizou, eu nunca soube. Ficaram comigo apenas um retalho de momentos especiais e divertidos que essas criaturas cativantes e inocentes, nos primeiros anos de vida, nos ofertam. Nunca descobriremos se Marina ouve plantas, ou se são elas que respondem aos cuidados da menina. Isso é coisa que apenas o Olavo, a Marina e o Belchior ("enquanto houver, espaço, corpo, tempo e algum modo de dizer não, eu canto..."), vão compartilhar!

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