era noite, madrugada. Marina chorava, calava, chorava de novo e tentava dormir nos meus braços. olhei detidamente para aquela coisica tão pequena e pensei o telhado iluminado...
(garatujas de Marina sobre desenho do papai)
TELHADO ILUMINADO
Sou tua casa, teu piso, teu teto
És meu jardim, meu terraço,
Meu cantinho predileto
Minhas mãos agasalham
Teu corpinho de penacho
Teu sorriso é como um facho
Aninhado ao meu solar
Teu sono me faz sonhar
E no meu sonho estás sempre a brincar
De ser gente, de crescer,
De correr e encantar,
De florir, desenhar, escutar
E colorir poentes no ar
Brincar da alegria de ser poesia,
Ser barquinho de papel a velejar folia
De reis, zabumba, sanfona e graviola,
Galinha, bolo, café e bandeirola,
Catira cantado a palma de mão e bico de sola
Brincar de estripulia,
Cabra cega e correria,
Levar queda, curativo,
Sorrindo e jogando bola
Tomar banho, ir pra escola
Lavar mãos e vir pra mesa,
Brigadeiro e sobremesa
Sempre cabem na sacola
Na soleira, na fachada,
No terreiro, na sacada
Da casa que sou pra ti
Aninha-te ao meu abraço
Um terraço abrisalhado
De onde vejo a estrela Dalva
Um telhado iluminado
Que está sempre a nos cobrir
Lindo, emocionante que obra delicada e requintada. Admiro muito você! E Marina tem muita sorte, nasceu de duas criaturas que tem uma energia incrível, entre dois artistas, artistas na arte de educar. Parabéns!
ResponderExcluirobrigado, anderson... uma criança é uma pedra preciosa que trazemos nas mãos! não tem como não ser! quando chegamos em casa, à noite, e marina vem dormindo no carro, eu a carrego nos braços subindo escadas até o quarto. um momento precioso para mim é quando a tiro da cadeira e ela deita sua cabeça no meu ombro e seus braços agarram meus ombros e pescoço. é um aconchego mútuo. não sei se a acolho ou se sou acolhido por ela. é muito aconchegante... subo a escada bem devagar, sorvendo cada degrau. muitas vezes ela me baba. é meu prêmio!
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